
Como o termo depressão já ocupou a vida cotidiana, é importante dizer: nem tudo que parece, é depressão.
Há pessoas que se dizem depressivas, sem nunca terem passado por uma avaliação diagnóstica. Situações intensas de desânimo e/ou tristeza são comumente confundidas com quadros patológicos.
De fato, é frequente, na sociedade atual, as pessoas considerarem doentia qualquer emoção desagradável. Estar triste é visto como algo negativo.
Mas a verdade é o oposto: a tristeza nos permite processar e elaborar nossas experiências dolorosas. A impossibilidade de viver a tristeza – isto sim! – pode conduzir ao transtorno.
A depressão é um transtorno psíquico com características bem específicas. A manifestação de sua gravidade pode variar muito: de um leve incômodo até uma sensação de mal-estar que paralisa a vida toda.
Estimativas recentes consideram que uma em cada quatro pessoas pode sofrer de depressão.
Muito mais que a tristeza, a principal marca da pessoa deprimida é a falta de vontade / ânimo para fazer quase qualquer coisa.
Atividades que, antes, eram realizadas com grande prazer, não fazem mais sentido.
O deprimido pode se sentir cronicamente sem energia e cansado.
São frequentes alterações do apetite (aumento ou diminuição), do sono (sonolência ou insônia) e diminuição do desejo sexual.
Outros problemas psíquicos também podem estar associados. Entre eles, a ansiedade é possivelmente a mais usual.
Pessoas deprimidas podem se sentir inúteis e sem valor. Podem achar que a vida não tem mais graça, e ver na morte a única saída para seu sofrimento. A maioria dos suicídios está ligada a episódios depressivos.
A depressão não escolhe idade, e pode durar desde alguns meses a muitos anos (sendo classificada como episódica, recorrente ou crônica).

Outros sintomas comuns
Além das manifestações citadas acima, outros sinais podem estar presentes na depressão:
- Inibição/lentidão de movimentos
- Agitação
- Náuseas, alterações gastrointestinais
- Sentimento de culpa
- Medo de enfrentar situações rotineiras
Embora o apoio de medicamentos seja importante (às vezes, imprescindível), a maioria dos casos necessita de tratamento psicoterapêutico para que a depressão seja superada definitivamente.

Manejo clínico
Em primeiro lugar, é importante que o terapeuta perceba comorbidades e riscos envolvidos no estado psíquico do paciente. Ideação suicida e recusa a alimentar-se, por exemplo, requerem acompanhamento médico concomitante e, no limite, apoio familiar.
Vale também ressaltar que alguns pacientes depressivos podem resistir à introdução de medicamentos, sentindo que isso significa uma “derrota” ou “fracasso” em sua vida. O terapeuta deve estar atento, quando da prescrição de medicamentos, se o paciente os está tomando corretamente (lembrando que a tomada intermitente pode agravar o processo depressivo).
Dependendo da análise clínica, suplementação nutricional (Vitaminas D e B12, Ferro) pode diminuir a intensidade de alguns sintomas.
Pelas características do paciente deprimido, a relação terapêutica deve se iniciar pela construção de uma vinculação de qualidade, que seja percebida como não-hostil e ,portanto, favoreça o diálogo. A escuta autêntica e aceitadora do terapeuta é fundamental nesse processo.
O acolhimento não deve reforçar a rotulação, em geral já muito presente na queixa e na vivência do paciente. O terapeuta deve resistir ao risco de estabelecer uma “relação depressiva”, na qual a fala do paciente, que estabelece um ambiente de lamentações, serve ao propósito de vitimizá-lo e/ou culpabilizá-lo.
O trabalho terapêutico com o paciente depressivo tem como um de seus objetivos colocar as coisas em seu devido lugar: direcionar para fora os sentimentos que normalmente o paciente volta para si mesmo, e reconhecer como seus os sentimentos que o paciente projeta no mundo. Este trabalho é feito com cuidado e sensibilidade, na medida em que envolve grande carga afetiva.
Aos poucos, o paciente deve desenvolver percepções positivas e realistas sobre suas próprias capacidades.
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